Tenente-Brigadeiro Paulo Victor da Silva: o adeus a um audaz “bandeirante”
Acionados os motores, decolou o Bandeirante. A aeronave voou pela primeira vez em 1968. No ano seguinte, já era fabricado em série. O sucesso daria origem à Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Para um homem, em especial, essa história era um grande orgulho. Paulo Victor da Silva era ainda Coronel-Aviador, em 1966, quando foi nomeado para dirigir o CTA, colaborar com as pesquisas do projeto IPD-6504 (que daria origem ao avião) e atuar decisivamente para que, finalmente, o avião brasileiro saísse do papel. E, de fato, foi decisivo. Tanto que até batizou a aeronave. Pelo pioneirismo, achou que “Bandeirante” seria um bom nome. Acertou não só no nome. Conseguiu empolgar com sua força os auxiliares e os superiores. O caráter desbravador do militar, também formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), é apenas um dos adjetivos atribuídos ao homem que deixa saudades. O falecimento dele, aos 88 anos de idade, no Rio de Janeiro, neste domingo, dia 27 de dezembro, deixa consternada toda a instituição. O corpo será velado no Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR) até as 10h do dia 28. Em seguida, será trasladado em uma aeronave C-97 Brasília da FAB para a cidade de São José dos Campos (SP), lugar especial em que construiu parte de sua história como diretor do CTA. O corpo do oficial-general também será velado no auditório Lacaz Netto do ITA. No final da tarde, segue para o cemitério Parque das Flores, onde será cremado.
Leia aqui palavras do Comandante da Aeronáutica direcionadas à família do oficial-generalEle era um forte que a luta não teme. Sempre ativo, disponível, incansável e pronto para o combate. Apesar do temperamento irrequieto e guerreiro, sabia ouvir seus auxiliares imediatos e apoiá-los sem hesitação. Um grande amigo e leal companheiro”, disse o engenheiro Antonio Garcia da Silveira, membro da equipe e pioneiro do CTA que desenvolveu o Bandeirante, em entrevista para revista da Embraer. De acordo com pesquisadores, foi o esforço do militar (que dirigiu o CTA de 1966 a 1973, já como Brigadeiro-do-Ar) que tornou o projeto do Bandeirante viável, descortinando o potencial da Embraer. “Uma vez concluídos os protótipos da aeronave, surgia um novo desafio: a produção seriada e a comercialização. Nessa fase, a figura brilhante de um dos pioneiros diplomados pelo ITA em 1953, o brigadeiro-do-ar Paulo Victor da Silva, na época diretor-geral do CTA, conseguiu consolidar as providências para a criação da Embraer”, explicou a pesquisadora Maria Cecilia Spina Forjaz, mestre em sociologia e doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo. “O apoio do Brigadeiro Paulo Victor da Silva, chefe do CTA, foi importantíssimo”, considerou o professor Luiz Coelho Neto, em sua dissertação de mestrado pela UFRJ a respeito da criação da Embraer. O Tenente-Brigadeiro Sérgio Ferolla, um dos fundadores do ITA, ex-ministro do STM, também considerou a atuação de Paulo Victor decisiva. “Foi ele que pegou a bandeira, criou uma equipe. Foi ele que foi a Brasília viabilizar a indústria aeronáutica, viabilizar a encomenda de Bandeirante”, exemplificou . A história aclamada do militar durante a passagem pelo CTA é um capítulo importante da trajetória dele, que nasceu em Belém (PA) e iniciou a carreira militar em 1940, ao ingressar na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Transferiu-se para a Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, passou a pilotar, como aspirante-a-oficial, em missões de patrulhamento no norte, nordeste e sudeste do País durante a Segunda Guerra Mundial, tendo logo depois passado um período no Correio Aéreo Nacional (CAN), realizando missões que ficaram conhecidas por colaborar no desenvolvimento e na integração nacional. Entrou no ITA em 1950 e se formou três anos depois, em engenharia. Foi chefe da Divisão de Tráfego da Diretoria de Aeronáutica Civil (DAC) e, depois de sua passagem pela Direção do CTA, e a implantação da indústria aeronáutica no país, foi designado, em 1973, para ser Adido Aeronáutico em Washington, nos Estados Unidos, de onde retornou para ser Diretor de Eletrônica e Proteção ao Vôo. Promovido a Tenente-Brigadeiro do Ar em 1979, foi para a reserva da FAB no ano de 1981. Foram inúmeras as homenagens, condecorações e medalhas que tentaram fazer justiça ao homem que marcou a trajetória profissional de uma forma tão singular. Ele, que não parou de pesquisar, inovar, empreender, deixa uma saga incrível aos que o sucederam, uma verdadeira homenagem à história da aviação brasileira. Ficam intocadas mensagens de que nenhum sonho é impossível e de que deve-se buscar os objetivos de forma determinada. Um dos grandes “bandeirantes” audazes do azul deixa o legado imensurável do homem pioneiro, atuante para integração e desenvolvimento nacional.
Fonte: CECOMSAER
Acionados os motores, decolou o Bandeirante. A aeronave voou pela primeira vez em 1968. No ano seguinte, já era fabricado em série. O sucesso daria origem à Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Para um homem, em especial, essa história era um grande orgulho. Paulo Victor da Silva era ainda Coronel-Aviador, em 1966, quando foi nomeado para dirigir o CTA, colaborar com as pesquisas do projeto IPD-6504 (que daria origem ao avião) e atuar decisivamente para que, finalmente, o avião brasileiro saísse do papel. E, de fato, foi decisivo. Tanto que até batizou a aeronave. Pelo pioneirismo, achou que “Bandeirante” seria um bom nome. Acertou não só no nome. Conseguiu empolgar com sua força os auxiliares e os superiores. O caráter desbravador do militar, também formado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), é apenas um dos adjetivos atribuídos ao homem que deixa saudades. O falecimento dele, aos 88 anos de idade, no Rio de Janeiro, neste domingo, dia 27 de dezembro, deixa consternada toda a instituição. O corpo será velado no Terceiro Comando Aéreo Regional (III COMAR) até as 10h do dia 28. Em seguida, será trasladado em uma aeronave C-97 Brasília da FAB para a cidade de São José dos Campos (SP), lugar especial em que construiu parte de sua história como diretor do CTA. O corpo do oficial-general também será velado no auditório Lacaz Netto do ITA. No final da tarde, segue para o cemitério Parque das Flores, onde será cremado.
Leia aqui palavras do Comandante da Aeronáutica direcionadas à família do oficial-generalEle era um forte que a luta não teme. Sempre ativo, disponível, incansável e pronto para o combate. Apesar do temperamento irrequieto e guerreiro, sabia ouvir seus auxiliares imediatos e apoiá-los sem hesitação. Um grande amigo e leal companheiro”, disse o engenheiro Antonio Garcia da Silveira, membro da equipe e pioneiro do CTA que desenvolveu o Bandeirante, em entrevista para revista da Embraer. De acordo com pesquisadores, foi o esforço do militar (que dirigiu o CTA de 1966 a 1973, já como Brigadeiro-do-Ar) que tornou o projeto do Bandeirante viável, descortinando o potencial da Embraer. “Uma vez concluídos os protótipos da aeronave, surgia um novo desafio: a produção seriada e a comercialização. Nessa fase, a figura brilhante de um dos pioneiros diplomados pelo ITA em 1953, o brigadeiro-do-ar Paulo Victor da Silva, na época diretor-geral do CTA, conseguiu consolidar as providências para a criação da Embraer”, explicou a pesquisadora Maria Cecilia Spina Forjaz, mestre em sociologia e doutora em ciência política pela Universidade de São Paulo. “O apoio do Brigadeiro Paulo Victor da Silva, chefe do CTA, foi importantíssimo”, considerou o professor Luiz Coelho Neto, em sua dissertação de mestrado pela UFRJ a respeito da criação da Embraer. O Tenente-Brigadeiro Sérgio Ferolla, um dos fundadores do ITA, ex-ministro do STM, também considerou a atuação de Paulo Victor decisiva. “Foi ele que pegou a bandeira, criou uma equipe. Foi ele que foi a Brasília viabilizar a indústria aeronáutica, viabilizar a encomenda de Bandeirante”, exemplificou . A história aclamada do militar durante a passagem pelo CTA é um capítulo importante da trajetória dele, que nasceu em Belém (PA) e iniciou a carreira militar em 1940, ao ingressar na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Transferiu-se para a Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, passou a pilotar, como aspirante-a-oficial, em missões de patrulhamento no norte, nordeste e sudeste do País durante a Segunda Guerra Mundial, tendo logo depois passado um período no Correio Aéreo Nacional (CAN), realizando missões que ficaram conhecidas por colaborar no desenvolvimento e na integração nacional. Entrou no ITA em 1950 e se formou três anos depois, em engenharia. Foi chefe da Divisão de Tráfego da Diretoria de Aeronáutica Civil (DAC) e, depois de sua passagem pela Direção do CTA, e a implantação da indústria aeronáutica no país, foi designado, em 1973, para ser Adido Aeronáutico em Washington, nos Estados Unidos, de onde retornou para ser Diretor de Eletrônica e Proteção ao Vôo. Promovido a Tenente-Brigadeiro do Ar em 1979, foi para a reserva da FAB no ano de 1981. Foram inúmeras as homenagens, condecorações e medalhas que tentaram fazer justiça ao homem que marcou a trajetória profissional de uma forma tão singular. Ele, que não parou de pesquisar, inovar, empreender, deixa uma saga incrível aos que o sucederam, uma verdadeira homenagem à história da aviação brasileira. Ficam intocadas mensagens de que nenhum sonho é impossível e de que deve-se buscar os objetivos de forma determinada. Um dos grandes “bandeirantes” audazes do azul deixa o legado imensurável do homem pioneiro, atuante para integração e desenvolvimento nacional.
Fonte: CECOMSAER
Um comentário:
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