Leia nesta matéria do jornal diário do nordeste mais um descaso para a história da aviação.
A área onde funcionou o antigo Hidroporto de Fortaleza, na Barra do Ceará, está ocupada irregularmente desde fevereiro de 2009, quando sucatas e outros objetos começaram a ser despejados no local para fins comerciais. Revoltado com a invasão, o historiador Adauto Leitão acionou a Prefeitura e o Ministério Público Federal para resolver o problema. Contudo, mais de um ano depois, a situação de abandono é a mesma.O local corresponde ao número 1374 da Avenida Radialista José Lima Verde. Era neste ponto que ficavam as rampas para o embarque e desembarque de passageiros dos aviões que pousavam no Rio Ceará. Logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, o presidente Getúlio Vargas decretou o terreno de marinha, como patrimônio ambiental destinado a uso público. As ruínas estavam de pé até serem destruídas pela colocação de ferragens e entulhos.A Prefeitura constatou o problema ainda em fevereiro do ano passado. Contudo, apenas em novembro foi demolido um muro que privatizava o local. No mês seguinte, uma nova vistoria notificou a empresa instalada no local, a Brasimar Serviços Marítimos Ltda., por realizar atividade comercial sem alvará de funcionamento e por ocupar área pública.Esta ação gerou um auto de interdição em 21 de dezembro do ano passado, exigindo a paralisação das atividades, o que não foi cumprido.Cansado de esperar, Adauto foi à Procuradoria da República no Estado, ligada ao Ministério Público Federal (MPF), e denunciou a ocupação indevida em área de proteção ambiental. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o processo está sendo executado. A procuradora Nilce Cunha Rodrigues solicitou a posição de várias instituições governamentais responsáveis pela preservação do patrimônio público e do meio-ambiente. A partir da análise das respostas, será dado um parecer.A Secretaria Executiva Regional (SER) I informou que apenas na semana passada foi enviado ofício à Companhia de Policiamento Militar Ambiental (CPMA) solicitando auxílio para a interdição da área. Entretanto, segundo o chefe do Distrito de Meio Ambiente e Controle Urbano da SER I, Assis Macedo, a empresa que ocupou o local tem um "documento de aforamento" (que dá a posse provisória de um terreno), emitido pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU). A SER I afirmou que solicitou a cassação deste documento. Enquanto isto não acontecer, a ação da Prefeitura fica limitada. "O que podemos é interditar a atividade comercial".HistóriaSegundo Adauto Leitão, desde o século XVII, o Rio Ceará está na cartografia mundial como único rio da Capital com condições de navegabilidade para embarcações e, posteriormente, aeronaves, tendo como referência o Oceano Atlântico. Na foz, há uma placa que indica o local como campo de pouso para aeronaves em casos de urgência. Em 1932, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry (autor de O Pequeno Príncipe) teria aportado em Fortaleza pelo hidroporto da Barra do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário