segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Biocombustível

O primeiro vôo de um avião comercial parcialmente movido a biocombustível foi realizado neste domingo, 24, do aeroporto de Heathrow, em Londres, para Amsterdã, em meio a controvérsias sobre o impacto ecológico da iniciativa.

O Boeing 747, operado pela companhia Virgin Atlantic, voou sem passageiros a bordo e teve um de seus 4 motores movido a biocombustível, enquanto que os outros três usaram combustível convencional.
O uso de cerca de 20% de biocombustível serviu para reduzir o risco do vôo, já que os demais motores eram capazes de fornecer a potência necesssária para o avião, caso houvesse algum problema.
Ambientalistas dizem que a iniciativa da Virgin Atlantic não é uma solução para diminuir o aquecimento global, porque plantações seriam utilizadas para gerar combustível, reduzindo a produção de comida.
"Nós achamos que o vôo de biocombustível da Virgin é mais uma distração das soluções reais para as mudanças climáticas", afirmou Kenneth Richter, do grupo ambientalista Friends of the Earth.
"Se você olhar as últimas pesquisas científicas sobre biocombustíveis, elas mostram claramente que biocombustíveis ajudam muito pouco na redução de emissões. E ao mesmo tempo nós estamos muito preocupados em relação ao impacto desta expansão em larga escala da produção de biocombustível para o meio-ambiente e os preços dos alimentos."

Congelamento do biocombustível
A Virgin Atlantic, no entanto, insiste que o uso de biocombustível ajuda no corte das emissões de gases causadores do efeito estufa.
"Alguns de nós na indústria estamos de fato fazendo algo para reduzir nossas emissões de carbono. Eu não considero que seja só propaganda - é progresso, é de fato reduzir a contribuição da indústria da aviação nas emissões de CO2", afirmou Paul Charles, diretor da empresa aérea.
A companhia utilizou uma mistura de óleo de coco babaçu e disse que ela não compete com fontes de alimento importantes.
Um dos problemas em utilizar o biocombustível em aviões é de que ele congela facilmente em grandes altitudes.
A tecnologia ainda está sendo desenvolvida pelas companhias GE e Boeing, mas a Virgin acredita que em 10 anos as linhas aéreas poderão utilizar a energia dos biocombustíveis normalmente.
Fonte: Estadão

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